Congregação das
Irmãs da Divina Providência

Descubra a Congregação das Irmãs da Divina Providência

Eduardo Michelis
Fundador Eduardo Michelis

História da Congregação

A fundação da Congregação das Irmãs da Divina Providência – no dia 03 de novembro de 1842 – foi uma resposta de fé a uma concreta necessidade do tempo. Padre Eduardo Michelis, jovem sacerdote, sentiu-se tocado pela miséria social e pelo abandono físico e espiritual em que se encontravam muitas crianças dos arredores mais pobres da cidade de Münster, na Alemanha. Movido por sua fé na Divina Providência, reconheceu neste desafio dos tempos um apelo de Deus e sentiu despertar em si mesmo a força do amor cristão.

 

Congregação Religiosa que pudesse proporcionar às crianças um lar e uma boa educação. Encontrou algumas jovens mulheres que se sentiam vocacionadas à Vida Religiosa e dispostas a investirem o seu trabalho a favor do bem-estar das crianças.

Casa Luz

Elas assumiram a responsabilidade pelas crianças pobres do Orfanato St. Mauritz, em Münster. E assim, começou a Congregação das Irmãs da Divina Providência. Depois desta inspiração fundacional de cuidar de crianças pobres, desenvolveram-se, com o passar do tempo, atividades missionárias, pedagógicas, pastorais, caritativas e sociais, em Jardins de Infância, Colégios, Escolas de Economia Doméstica, Paróquias, Hospitais e Asilos de crianças e idosos.

Casa Luz
Orfanato St. Mauritz, em Münster, a Casa Luz

As primeiras Irmãs em terras brasileiras -1895

A velha casa de cinco cômodos, em precário estado de conservação, que compreendia ainda uma extensa horta e um cafezal, foi adaptada e arrumada inicialmente para acolher as primeiras Irmãs enfermeiras, aqui chegadas à 25 de maio de 1897, para assumirem o Hospital de Caridade.

Ir. Rufina, Ir. Paula, Ir. Anna, Ir. Albina, Ir. Oswalda e Ir. Albertine
Ir. Rufina, Ir. Paula, Ir. Anna, Ir. Albina, Ir. Oswalda e Ir. Albertine

A abertura do Colégio Coração de Jesus, que daí por diante cresceria passo a passo com o Convento, deu-se em 15 de janeiro de 1898. Com o crescimento das Obras, o aumento do número de Irmãs e a previsão de expansão da missão religiosa, surgiam assuntos importantes que nem sempre podiam ser discutidos só por correspondência com a Casa Matriz – em Münster – dada ainda a morosidade do correio. Assim, ainda nesse ano de 1898, no dia 12 de outubro, Irmã Albina realiza a primeira viagem de volta à Alemanha. Retorna no dia 22 de fevereiro de 1899, trazendo consigo mais um grupo de oito Irmãs.

 

Seguindo a tradição da Congregação, que desde a sua fundação tivera sempre ao lado da Superiora Geral um sacerdote como Superior, ou Diretor, foi também nomeado um Superior para acompanhar e assessorar as Irmãs no Brasil, em suas reflexões e decisões. Foi com esta responsabilidade que, em 28 de setembro de 1899, assume o Pe. Carlos Schmees, até então coadjutor do Pe. Topp na paróquia da Capital. Inicialmente, o Padre Superior ficou residindo no Hospital de Caridade, como capelão do mesmo, até a sua substituição, aí, pelo Pe. Ganarini, antes Pároco em Santo Amaro. No dia 03 de outubro, foi recebido festivamente no Convento Coração de Jesus, anexo ao qual passou a residir e cujo desenvolvimento acompanhou de perto durante os oito anos seguintes. Pe. Carlos Schmees aconselhava e colaborava com as Irmãs, coordenava o ensino religioso nas Escolas, representava os interesses da Congregação junto às autoridades e viajava às diversas Filiais.

 

Com a saúde há tempo abalada, o Pe. Schmees decidiu voltar à Alemanha, despedindo-se, no dia 15 de fevereiro de 1907, da “missão brasileira do Coração de Jesus”, que muito amara. Em seu lugar, os dedicados padres jesuítas, também já há algum tempo em Florianópolis, assumiram a direção espiritual das Irmãs, a celebração diária da missa em sua Capela e todo o atendimento Pastoral do Colégio. Em 1909, os padres franciscanos, que haviam fundado uma residência em Florianópolis, passaram a atender espiritualmente a Província e o Colégio. É sintomático que, com a retirada do Pe. Schmees, a figura de “Superior” desapareceu no Brasil, enquanto na Alemanha se manteve até 1976, em nível de Direção Geral.

 

Na história da Congregação no Brasil o primeiro ano do século vinte ficou marcado pelo lançamento da pedra fundamental do novo “Convento Coração de Jesus”, mais tarde sede da primeira Província Brasileira. A solenidade, presidida pelo então Pe. Superior Schmees, na presença dos Padres Ohters e Sundrup e de todas as moradoras da casa, realizou-se no dia 30 de outubro de 1901.
A bênção solene da nova Capela foi celebrada pelo Pe. Diretor Wienken, como ato final de sua primeira visita à missão brasileira, em setembro de 1902. Diz a crônica que “essa rara solenidade transcorreu de forma belíssima. Quase todos os sacerdotes alemães de Santa Catarina estavam presentes; também o Governador do Estado, Dr. Lauro Müller e muitos benfeitores e pessoas amigas da cidade compareceram à festiva cerimônia”.

 

Com a chegada das “aspirantes” Irene Moser, Angelina Pisetta e Emília Reuter, vindas de Blumenau e de Gertrud Werner, de Brusque, no dia 04 de dezembro de 1902, começou a funcionar também um primeiro “Aspirantado”, depois, por tantos anos, Casa de jovens idealistas que se preparavam para a entrada no Noviciado.

 

Aos poucos, diante do contínuo crescimento da missão, seja em Obras ou em número de Irmãs, com um promissor Noviciado e Aspirantado, tornava-se mais e mais evidente a necessidade de uma Administração Central, com mais autonomia em relação à Casa Matriz de Münster. É a idéia da Província Brasileira, que começa a tomar forma.

 

Deste e do outro lado do Atlântico, as Irmãs estão atentas aos “sinais dos tempos”, mesmo que este conceito não apareça ainda no seu vocabulário e nas suas reflexões. Começam as mudanças, que preparam o “terreno” e os ânimos para uma situação nova. Em 1905, após oito anos de abençoada atividade no “Coração de Jesus”, como coordenadora do Convento e do Colégio, Irmã Albina é nomeada coordenadora em Curitiba e substituída por Irmã Wigberta, a qual, já em 1906, é nomeada coordenadora da nova comunidade que assumirá o Hospital Municipal de Joinville.

 

Província Brasileira

Província do Coração de Jesus foi fundada no dia 25 de maio de 1906. Irmã Amadéa Beckmann, que por mais de 10 anos exercera reconhecida atividade educativa no Colégio de Tubarão, é chamada ao “Coração de Jesus”, onde chega no dia 25 de maio de 1906, para uma missão nova e inesperada: de Münster vem a sua nomeação como primeira Superiora Provincial das Irmãs da Divina Providência no Brasil. Assim, sem qualquer celebração especial, a jovem missão, fundada onze anos antes – em 1895, passou a constituir a Província-Mãe Brasileira do “Coração de Jesus”, de onde partem e para onde convergem todos os impulsos e iniciativas que multiplicam a presença e atuação das Irmãs da Divina Providência em todos os quadrantes do Sul do Brasil.

Ir. Rufina, Ir. Paula, Ir. Anna, Ir. Albina, Ir. Oswalda e Ir. Albertine
Ir. Rufina, Ir. Paula, Ir. Anna, Ir. Albina, Ir. Oswalda e Ir. Albertine

Onze anos após a chegada das primeiras seis missionárias são 72 Irmãs alemãs e 25 brasileiras, que concretizam o carisma da Divina Providência e o ideal das pioneiras em oito Colégios, quatro Hospitais, um orfanato e um asilo de idosos e doentes mentais, localizados em nove cidades e vilas catarinenses e na Capital Paranaense. Promissor é o Noviciado, no qual 23 noviças e postulantes se preparam para ingressar nas diversas atividades permitindo a abertura de novas frentes. No Aspirantado encontram-se um bom grupo de candidatas. Duas Irmãs falecem em chão brasileiro: Irmã Camila, em 1898, em Porto Alegre e Irmã Angeline, que viera como noviça em agosto de 1904 e faleceu em março de 1905, em Florianópolis.

 

Toda esta realidade, que se desenvolve e modifica ano a ano, Irmã Amadéa é convidada a apresentar e descrever pessoalmente à Direção Geral, por ocasião de uma viagem a Münster, em fevereiro de 1908, dois anos após a fundação da Província. Ela se serve do ensejo para alimentar ainda mais a chama do entusiasmo missionário entre as Irmãs – e volta em outubro, acompanhada de 15 novas colaboradoras da missão!

 

Pouco após o seu regresso participa da grande Festa que toda a Igreja de Santa Catarina celebra: a recém-criada diocese de Florianópolis acolhe, em 1908, o seu primeiro bispo, Dom João Becker. É um novo grande amigo da Congregação que entra na nossa história e dela participa tão intensamente que pode dizer um dia a Superiora Provincial: “Os interesses das Irmãs eu os considero como meus próprios”. Esse interesse pela causa da Congregação Dom João Becker continua a demonstrá-lo, quando, quatro anos mais tarde, nomeado arcebispo de Porto Alegre, promove a expansão das atividades e presença das Irmãs em terras gaúchas. E, em Florianópolis, a 07 de setembro de 1914 o novo bispo, Dom Joaquim Domingues de Oliveira, inicia um fecundo trabalho pastoral de 53 anos, em que preside também as inúmeras celebrações da Congregação na imponente Capela do Colégio Coração de Jesus, solenemente inaugurada em 5 de março desse mesmo ano de 1914 pelo Pe. Topp.